Sempre em mim estás, mas quando realmente estás é como se partisse
Pois nunca descansas ao meu lado e sempre vives no meu íntimo.
Esse amor, creio que só meu, significa mais dor que canção.
Ás vezes quando ficas em mim, de forma estranha e inesperada,
O amor cresce junto com a dor de não tê-la sempre.
E tudo é estranho quando se ama assim,
Porque há no meu íntimo a tua ausência
E não há em ti a minha pura presença.
O meu destino é de guerreiro porque o meu amor deveria ter o teu porto para ancorar
E, no entanto, há tribulação quando penso e quero, nos teus braços, descansar.
Quero-te, sabes, e o teu sentimento servir-me-ia de acalanto no frio da solidão;
Quero-te, sabes, e a tua proteção servir-me-ia de agasalho no escuro e frio da vida.
Quero-te, sabes, e a tua invasão servir-me-ia de tranqüilidade para o coração.
Mas sou este ser rígido e sensível
E tu és essa mulher silente e misteriosa...
Assim, paixão, sei que não posso acompanhar-te
Há um empecilho maior - a vida -, que me lançou, impiedosa,
Nesse mar de te amar e, o pior, não me deu bússola para chegar, são, no teu porto...
Então, retiro-me, dos teus pensamentos – se um dia, neles, estive;
Retiro-me, do cantinho do teu coração – se por um instante, nele, pulsei;
Retiro-me, dos teus sonhos – se inesperadamente apareci sem pedir;
E, finalmente, retiro-me do teu corpo, pois nele eu sei que naveguei, embora sem bússola, como um verdadeiro comandante e cheguei são, mas não salvo, nos teus braços e, por breves instantes, no teu coração...
Hoje, no entanto, naufraguei ao bater de frente numa rocha chamada consciência,
Descobri que ela é tão forte que não dá tréguas à emoção, fulminando-a sem perdão...
E, dessa forma, o meu navio afunda e deixa-me nadando, tentando encontrar, ao menos, uma ilha deserta, onde eu possa ancorar e olhar para todos os lados com a certeza de que aqui, em mim, no mais íntimo, tu estiveste, mas não ficou e me deixou sem um pedaço teu, mas em
MIL PEDAÇOS.