Fonte dos Desejos

Tem gente que nasce pra fazer amor
Tem gente que nasce pra fazer amar
Eu nasci pra me queimar com teu calor
Você nasceu para, por mim, se apaixonar...

Foi um encontro do rio com o mar
Desses que não dá para acreditar
Mas foi tão intenso cada olhar
Que era impossível não grudar...

Hoje somos como o sol e a lua
Vivemos tentando nos encontrar
Meu corpo quer a sua pele nua
Há uma necessidade de nos amar...

E tudo é tão fácil quando estamos bem
O seu amar, não consigo viver sem
Com você é tão mais gostoso respirar
O teu amor é fonte dos desejos e
                          (não canso de mergulhar.

Uma dor que dói no peito

Deita aqui perto de mim
Estamos perto do fim
Dê-me o seu ombro para mim
E me abraça, apertado assim...

Os dias não serão tão iguais
Irá faltar você no meu cais
Serás a linda moça e eu o simples rapaz
Mas os dias serão de paz...

Sentirei saudades anormais
haverá sempre algo mais
Irei, algumas vezes, fraquejar... Lacrimejar
Porém, não venha me roubar..

Sentirei seu coração, sempre, perfeito
Ele baterá à toa, com dor, no leito
Com aquela dor que dói no peito
Fruto de amores imperfeitos...

As estrelas começarão a cair
A luz queimará tudo ao redor... Não irás sorrir
Nossos corpos estarão em chamas... Irás sentir
Porque tudo que queima teima em partir?

Não sei... Talvez não seja isso que se expressou
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que estava sonhando e nada acabou
Só sei que é o final de uma história de amor.

Inspirada na música "Angra dos Reis"

Renato Russo por Elzivaldo Oliveira

Paralelas

No escritório, ultrapasso limites... Não há dor
No carro, a cem por hora, só os carinhos do motor
Multiplico, pela vida, o sabor
Diminui, com o tempo, o meu amor...

Do apartamento, vejo as luzes a piscar
Saio por praças, ruas... queria você no meu altar
Mas meu coração está se tornando perverso
E o que é cruel se torna verso...

Vejo duas estradas, estão limpas... Nuas
Há lembranças minhas e também suas
No entanto, fujo do que já foi meu
E tu perdes, dia-a-dia o que foi teu...

Agora abro os braços e grito
Porque há amores imensos no infinito
Amores que nasceram para silenciar
E paixões paralelas, perdidas no olhar...

Baseada na música "paralelas" do mestre Belchior

Amor Profano

Recortes de um relacionamento
Pedaços, marcas, muitos momentos
Um vendaval de sensações no fim
Uma luta constante entre o não e o sim...

Tiveram olhares mágicos e sistemáticos
Corações em sintonia e hoje estáticos
Houve amor intenso e amor insano
Foi desejo sagrado e desejo profano...

E de repente, não mais que de repente
O coração insistente sente
A história deixa de ser somente de amor
A chama não transmite apenas calor...

As palavras deixam de ser só poesia
Tocar um no outro não mais arrepia... nostalgia
O abraço gostoso e apertado se distancia
O êxtase alucinado silencia...

E num piscar de olhos tudo se desfaz
Os olhos se fecham, o filme sai do cartaz
O coração não é mais dois em um
Somos só um, longe de nós, seres comuns...