sábado, 17 de setembro de 2011

Um homem latino-americano


Já sou um homem latino-americano
Às vezes com um pouco de dinheiro no banco, outras vezes não
Tenho parentes que são importantes para mim
E venho do Nordeste brasileiro com muito orgulho.

Tenho na cabeça, sempre, uma canção da época do rádio
Em que um cantor cearense diz que tudo é divino e maravilhoso
Mas nem tudo é divino e nem maravilhoso...

E já não ouço mais tantos discos nem converso com muitas pessoas

Mas tenho trilhado meu caminho

Com perseverança, livros, som e alguns sonhos

Mas meus amigos não mais acreditam nisso

Dizem que nada muda... Só que eles não têm, nisso, razão...


Já não sou mais um rapaz latino-americano


E sei que nem tudo é proibido

A maioria é permitido

Inclusive beijar no escuro do cinema e escondido

E todo mundo faz, vê e continua a fazer...



E, assim, se faz essa canção como se deve

Não tão correta, mas limpa e leve

Com sons, palavras e, vez ou outra, uma navalha

Porque as vezes, mesmo com versos, se fere alguém...



Por isso, se preocupe amigo com tudo que aqui lhe digo

Isso não é só uma canção

A vida é isso, talvez um pouco pior


E temos que saber viver porque é vida!



E, se não gostou, não saque uma arma
Porque te revido com uma flor
Pois sou apenas uma cópia poética de um cantor...

E, se mesmo assim, ainda quiser sacar novamente sua arma

Atire logo pois não tenho mais compromissos e posso suportar cada tiro


Mas, te explico, ainda tenho um jardim e uma dúzia de flores.



Concluo, então que ainda tenho um "Q" de rapaz latino-americano
Porque tudo é sagrado
E nada é misterioso
Ao revés, tudo nessa vida é simples e delicioso.

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